Quadrilha discutiu manipular jogo do Flamengo; entenda o caso

Um diálogo recuperado no celular de Romário Hugo dos Santos mostra que o grupo acusado de manipular jogos no Brasil discutiu interferir no resultado da partida Flamengo x Avaí, em novembro de 2022. Em uma mensagem enviada à sua namorada, ele diz que irá ao Rio e cita que a operação seria “tomar cinco gols”. A partida, última daquela série A, no entanto, terminou 2×1 para o Avaí.

No diálogo com a namorada, Romário Hugo dos Santos avisa que viajará até a capital fluminense e encaminha uma mensagem que cita “dois zagueiros e um goleiro; R$ 800 mil no PIX; Encontrar Marlon junto aos jogadores no Hotel Hilton Copacabana. O apostador não diz com que jogadore se encontrará ou o time deles.

A conversa está nos autos do processo em que o Ministério Público de Goiás denuncia jogadores, apostadores e empresários por manipulação nas partidas. Marlon Bruno Nascimento confirmou ter ido ao hotel para “encontrar um amigo” e negou que tenha falado com jogadores do Avaí.

Beatriz, como está identificado o contato, envia ao namorado uma passagem aérea para o dia seguinte do aeroporto Santos Dumont ao de Guarulhos. Romário diz que irá ganhar R$ 150 mil.

Sem jogadores citados

O Flamengo não tem nenhum jogador indiciado, ou mesmo citado na investigação da máfia de apostas, feita pelo Ministério Público de Goiás. Contudo, o nome do clube aparece neste trecho nas conversas da investigação.

Ex-jogador do Avaí, o atacante Nathan foi citado por, supostamente, receber R$ 15 mil para levar um cartão amarelo no Brasileirão. O zagueiro Rafael Vaz, que atuou no clube ano passado também é citado. O clube catarinense também afastou o defensor Raphael Rodrigues. O GLOBO procurou o Avaí, mas o clube ainda não respondeu os contatos da reportagem.

Operação

As investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás, sobre a manipulação e apostas no futebol brasileiro entraram em uma nova etapa. O novo foco da Operação Penalidade Máxima é apurar como a quadrilha lavava o lucro — que poderia ultrapassar R$ 700 mil em uma única rodada. Com o dinheiro, os integrantes planejavam ampliar o esquema, abrir um escritório e aproveitar uma vida de luxo com aniversário em Dubai, no Oriente Médio, e viagens com os filhos à Disney.

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