Dois meses após terremoto, atacante brasileiro recomeça na Turquia

Um dia a mais de descanso foi o que tirou o atacante João Figueiredo do centro dos terremotos que atingiram Turquia e Ucrânia no início de fevereiro, tragédia que completa dois meses nesta quinta-feira. Ele jogava no Gaziantep FK, time da cidade que foi epicentro dos tremores e que acabou pedindo para sair do Campeonato Turco, tamanha a extensão do desastre por lá e na província de Hatay.

“Foi um baque no país todo, foi muito grande a tragédia. Em Hatay, cidades foram destruídas, não tem mais ninguém. A Turquia se uniu muito pela recuperação, para ajudar as famílias, no socorro das pessoas. É difícil superar, mas o país está andando, levando como ensinamento”, conta ele, que lembra de tremores menores que atingiram o país na sequência: “Aqui ainda tem alerta de terremoto. Uns 15 dias atrás, teve outro terremoto naquela zona. Foi mais fraco, mas ainda tem alerta”.

Após a tragédia, o Gaziantep FK e o Hatayaspor deixaram o campeonato e ganharam imunidade ao rebaixamento por essa temporada. Como vários companheiros de clube, Figueiredo se transferiu. Foi para o Basaksehir, da capital Istambul, que já tinha interesse em contratá-lo antes da tragédia.

No novo clube, já está em ação desde o mês passado. Nesta quarta-feira, a equipe, que é quarta colocada na liga, bateu o líder Galatasaray pelas quartas da Copa da Turquia (3 a 2), com o brasileiro de titular. Na temporada do futebol turco, ele tem nove gols e uma assistência. Depois do terremoto, não conseguiu voltar a Gaziantep.

“Quando quis voltar, a cidade estava fechada, só aceitando voo militar, o aeroporto estava fechado. Foi um amigo turco que pegou as coisas no meu apartamento de lá, malas e móveis, e trouxe para cá. Eu não cheguei a voltar.”

Foi um livramento, como diz o jogador, o episódio que o tirou da cidade no dia do terremoto. Na véspera da tragédia, ele resolveu passar um dia a mais de folga após partida contra o Antalyaspor, fora de casa, na cidade litorânea de Antália. O terremoto fez companheiros de clube perderem casas e um motorista do clube perdeu um familiar na tragédia. Em Hatay, o atacante Atsu, ex-Chelsea, foi uma das vítimas fatais.

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