Renato Paiva prega cautela em meio a instabilidade

Renato Paiva prega cautela em meio a instabilidade

Após o triunfo, por 1 a 0, contra o Camboriú, que garantiu o Tricolor na terceira fase da Copa do Brasil, o treinador Renato Paiva voltou a falar sobre a necessidade de ter calma com o que está sendo feito dentro do projeto proposto para os próximos anos do Esquadrão. Ele já deve ter notado que “calma”, que inclusive é nome de poema de Fernando Pessoa, compatriota do comandante, é artigo de luxo no futebol brasileiro. Na tentativa de tranquilizar os corações tricolores, apelou para o histórico dos clubes que fazem parte do Grupo City, que também demoram para engrenar, mas depois compensam com títulos. Fazer essa espera menos torturante é justamente um dos grandes desafios atuais do elenco do Bahia.

Paiva citou diretamente o tempo que Manchester City, Melbourne City e New York City levaram para conquistar o primeiro título após também serem adquiridos pelo Grupo City. “Vejam a data em que foram comprados e o momento do primeiro título. Na Austrália, Nova York, Manchester City. Façam isso. A data da aquisição, o que era para trás e, depois, para frente. No caso do Manchester City, foram três anos. E não foi campeonato, foi taça. Isso significa que há uma filosofia. E ninguém vai ensinar o Grupo City a montar clube e montar gestão. Se perguntarem se o ambiente do Brasil é um ambiente para isso, isso é uma outra questão. Isto é filosofia de trabalho de um grupo que tem entendimento de sucesso, não só em conquista de títulos, como também na produção de jogadores. Tudo na base da paciência, do trabalho, calma, estrutura e sabedoria”, disse.

Os dados apresentados pelo treinador estão corretos, a afirmação é verdadeira, coerente e faz todo o sentido. O problema é que a impaciência nem está sendo causada pela cobrança por troféus, mesmo que a péssima campanha na Copa do Nordeste, da qual o Esquadrão é o maior campeão, incomode. A intranquilidade do torcedor está muito mais relacionada ao fato de a equipe não estar evoluindo em campo e não passar o mínimo de confiança nem mesmo para os objetivos imediatos citados pelo comandante português em entrevista anterior, que seriam a manutenção na Série A e a tentativa de uma vaga em competição internacional.

Pela lógica, por uma especificidade brasileira, que é a existência de estaduais, o Bahia estaria até mais acelerado, já que tem chance de superar os ´irmãos´ mais velhos do conglomerado internacional em velocidade para conquistar o primeiro título, já que está bem na disputa pelo Baiano.

E já volta a campo amanhã, às 16 horas, no estádio Antônio Elias Ribeiro, em Camacã, contra o Itabuna, pela partida de ida da semifinal do Campeonato Baiano. O Esquadrão terminou a primeira fase na liderança, e por isso, o jogo de volta acontecerá na Fonte Nova, no sábado seguinte. Na primeira fase, com jogadores do sub-20, o Tricolor levou 4 a 0 para o Dragão.

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