Fora do Nordestão, reverter placar contra o Itabuna virou obrigação

O futebol é dinâmico. No começo da temporada, o clima era de empolgação total do torcedor com o Bahia. A constatação da compra por parte do Grupo City, um novo treinador contratado com filosofia europeia, além do recorde de investimentos em reforços. Tudo isso eram indícios muito positivos. A realidade do Tricolor, no entanto, se mostrou diferente. Com processos e métodos totalmente novos, já era de se esperar que o time demorasse um pouco para ter o melhor encaixe. O que espanta é a dificuldade de um time, que gastou alto em reforços, para vencer adversários de muito menor poderio financeiro e técnico. Depois da eliminação no Nordestão após não conseguir vencer a escalação sub-20 do Fluminense-PI, resta ao Esquadrão, agora, vencer o Itabuna no jogo de volta e chegar à final do Campeonato Baiano.

É bem verdade que são muitos jogadores novos, além de um comandante estreante em solo brasileiro, mas a fragilidade que a equipe de Renato Paiva apresentada em campo preocupa. Nos últimos cinco jogos, o Bahia sofreu gols em quatro. O único duelo que as redes de Marcos Felipe passaram sem serem vazadas foi contra o Camboriú, pela Copa do Brasil. Com exceção desse jogo, o time sofreu gol contra o Vitória, equipe da série B, Jacuipense e Fluminense-PI, ambos da quarta divisão e, por fim, o Itabuna, sem divisão. O fraco desempenho contra essas equipes acende um alerta para o grupo, já que o Brasileirão já começa mês que vem e, se não quiser competir pelas últimas posições, o Tricolor tem muito a melhorar.

“Fato, decepcionados pela eliminação, não esperávamos sair tão cedo, mas é de fato uma prova onde nos aconteceu tudo desde o primeiro jogo, com o Sampaio Corrêa. Desde jogar bem e num erro individual dar o gol, tal como hoje”. Essas foram as palavras de Paiva logo após o último confronto pela Copa do Nordeste.

O gol em falha individual, a qual se refere, é sobre um erro de Mateus Claus na saída de bola, que gerou o primeiro gol dos adversários do Piauí. Um erro parecido, na verdade, aconteceu na primeira rodada da competição, contra o Sampaio Corrêa. Dois gols sofridos em lances muito parecidos pode soar como se Renato não estivesse tirando aprendizado dos erros, já que os campos do torneio, em sua maioria, não são propícios para o toque de bola em zonas de perigo, sobretudo para jogadores que não tem isso como função fundamental.

Falta continuidade

Um dos problema do Esquadrão de Aço em 2023 é o mau início de partida. Em diversas ocasiões, o Bahia começa o embate abaixo em intensidade em relação ao adversário e acaba superado. Logo de cara, seu rival marca um gol e aí o time passa a enfrentar onze jogadores, o tempo e o nervosismo. Na atual temporada, a equipe tem 19 duelos jogados. Em 12 deles, o Tricolor saiu atrás do placar e o pior, em apenas três encontros conseguiu sair de campo com o triunfo. A grande maioria das partidas, seis, foi de derrota para os baianos. Em outras três ocasiões, alcançou o empate.

Outro ponto que pode dificultar a fluidez do time é a constante modificação dos onze titulares. O técnico português, em toda a sua etapa no Bahia, nunca repetiu uma escalação e já utilizou 29 jogadores diferentes a escalação inicial. As circunstâncias, é bem verdade, não o ajudaram, mas a atitude faz parte da filosofia do treinador. Kanu e Raul Gustavo, por exemplo, tiveram lesões, além de Daniel e Matheus Bahia que passaram tempo fora em tratamento.

Mesmo assim, rotacionar o elenco é característica de Paiva, sobretudo tendo em vista o apertado calendário do futebol brasileiro: “Gosto do termo poupar, mas prefiro dizer descansar. Desde o jogo do Jacuipense, da Copa do Brasil, até agora, jogou praticamente o mesmo onze, e deriva de três jogadores. André lesionado. Foi quase sempre a mesma zaga, só rodamos o nove e os laterais, e mantivemos o resto. De fato, este acumulado de quatro jogos, hoje era o limite. Se pusesse a mesma equipe, correria riscos de lesão”, afirmou.

O elenco tricolor se reapresentou na manhã de ontem e iniciou a preparação para o jogo de volta das semifinais do estadual, no sábado diante do Itabuna, na Fonte Nova.

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